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Foto do escritorGuilherme Cândido

Reboot desnecessário de Hellboy mancha o legado da franquia

Pior do que a tarefa de superar a visão de Guillermo Del Toro, só a ideia de que tal tarefa não era realmente necessária. Afinal, lembremos que tanto o roteirista/diretor Del Toro, quanto o protagonista Ron Perlman, apaixonados por Hellboy, estavam dispostos (há bastante tempo) a embarcar num terceiro filme. Infelizmente, pesou a opinião de quem julgava necessário um reboot. E dá pra discutir com alguém propenso a descartar ninguém menos do que Guillermo Del Toro?!


Pois não só Del Toro foi dispensado como o sub-diretor Neil Marshall foi contratado para o seu lugar. Cineasta afeito aos filmes de terror banhados a sangue, Marshall substitui a magia e o encantamento do universo colorido estabelecido pelo autor mexicano pelo gore e a putrefação do mundo cinza imaginado pelo roteiro.


A falta de imaginação, escancarada pelas inevitáveis comparações, corrói o novo Hellboy desde os alicerces do roteiro até a concepção das criaturas (todas digitais), passando pelas sequências de ação até culminar nos pavorosos diálogos. Tudo feito sem esmero e ancorado no que já foi testado.


Nem mesmo o esforço do elenco redime os equívocos de Marshall e sua trupe, a começar por David Harbour (o Hopper de Stranger Things) que, mesmo sendo inteligente o bastante para se desprender da composição de Perlman, é sabotado por um script repleto de tiradas sem qualquer inspiração. Milla Jovovich (da franquia Resident Evil), embora disposta a abraçar o fantasioso e a caricatura, surge artificial, protagonizando alguns dos piores momentos da narrativa.


Apelando para uma câmera frenética que mais parece ser operada por alguém portador do Mal de Parkinson, a ação sequer chega a empolgar, evocando alguma boa sensação através da ótima seleção musical, único acerto pleno da produção.


Desnecessário, opaco e frustrante em diversos níveis, o novo Hellboy chega muito perto da imagem catastrófica propagada pelo público norte-americano e os fãs do personagem. Como se diz por aí, "nós colhemos o que plantamos"...


NOTA: 3

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