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Foto do escritorGuilherme Cândido

O Regresso oferece experiência sensorial com ótimas atuações

Hoje dono de uma carreira brilhante, Leonardo DiCaprio começou cedo sua trajetória de sucesso. E em seu quarto filme, com apenas 18 anos, conquistou o mundo (e sua primeira indicação ao Oscar) com uma atuação arrebatadora em Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador. A partir daí, graças ao sucesso repentino (principalmente com as meninas), acabou virando ícone de beleza, o que acabou se tornando um obstáculo em sua precoce escalada em Hollywood. Com Titanic veio seu divisor de águas definitivo e o jovem DiCaprio decidiu abandonar o clássico papel de galã adolescente para encarar papéis cada vez mais desafiadores. Porém, mesmo acumulando indicações aos mais variados prêmios e contando com a aclamação do grande público, a Academia ainda não parecia pronta para reconhecer o talento do ator. Mas hoje, após 5 indicações, Leonardo DiCaprio parece finalmente caminhar rumo ao seu primeiro Oscar, agora pelo filme O Regresso.


Escrito por Mark L. Smith (dos fracos O Buraco e Temos Vagas) em parceria com o próprio diretor Alejandro G. Iñárritu (atual vencedor do Oscar por Birdman) o filme conta uma história relativamente simples: em meados dó século 19, Hugh Glass (DiCaprio) serve de guia para um grupo de caçadores norte-americanos enquanto estes desbravam os territórios mais gélidos e inóspitos do continente. Entretanto, o que já era uma tarefa árdua acaba ganhando contornos dramáticos quando Glass fica gravemente ferido após ser atacado por um urso. Abandonado por seu grupo, ele decide desafiar o destino e encarar uma perigosa jornada em busca de vingança.


Qualquer outra informação poderia enfraquecer um roteiro já carente de surpresas, mas a verdade é que apesar da trama superficial, O Regresso é um filme que consegue cativar o público graças à inteligência de seu diretor. Aparentando estar ciente de possuir um roteiro vago, Iñárritu tem a grande sacada de calcar todo o projeto na atuação visceral de Leonardo DiCaprio cujo talento inquestionável nos permite ter empatia por um personagem que passa quase todo o filme se comunicando apenas através de grunhidos. Aliás, todo o elenco secundário também faz bonito, como o jovem Domnhall Gleeson (cuja carreira de sucesso meteórico já inclui Questão de Tempo, Ex_Machina e o novo Star Wars) e o competente Tom Hardy (do mais recente Mad Max) que aqui encarna o típico papel de canalha, com uma entrega admirável.


Mas comentar apenas as atuações seria uma injustiça com o trabalho técnico do filme, a começar pela fotografia magistral do grande Emmanuel Lubezki (vencedor do Oscar por Gravidade e Birdman) que aqui realiza seu mais belo trabalho. As tomadas são tão lindas que fica fácil imaginá-las emolduradas e penduradas numa parede. Todo o trabalho de montagem também merece destaque, ainda mais se tratando de um filme dirigido por Iñárritu, fanático por planos-sequência (também abundantes neste O Regresso). Já a trilha sonora embora envolvente, não chega a ser marcante como o trabalho mais famoso de seu compositor (O Último Imperador).


Ao contrário do que a campanha de marketing do filme tenta promover, O Regresso não é um filme de ação, é, na verdade, uma experiência sensorial que merece ser assistida na maior tela possível. E se não será lembrado pela força de sua história, suas belas imagens e a performance memorável de seu protagonista dificilmente serão esquecidas.


NOTA 8

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