Festival do Rio 2017 | Dia 8
Seguindo a maratona cinéfila do Festival do Rio 2017, confira as críticas para os filmes deste oitavo dia da edição.
Las Olas (Argentina/Uruguai)
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Coprodução Uruguai-Argentina, As Ondas (em tradução literal) possuía uma premissa intrigante e curiosa, mas graças a um roteiro pouco inspirado, transforma-se numa divagação pouco interessante, com problemas sérios de ritmo e uma narrativa sem nuances.
Desafiando os limites da suspensão da descrença através de elementos inacreditavelmente deslocados, a produção pode ser comparada a um ônibus com destino a um lugar paradisíaco, mas que logo após a partida depara-se com um atoleiro, onde por mais que se movimente, jamais sai do lugar.
NOTA 3
Bio (Brasil)
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Ao final de Bio, só conseguia pensar numa questão: Como pôde um filme tão medíocre como este conquistar o prêmio mais importante do Cinema Brasileiro?
Ora, convenhamos, estruturado como um falso documentário, de acordo com os inúmeros depoimentos (preguiçosamente dirigidos) o tal protagonista teve uma vida profundamente pacata, para não dizer enfadonha.
Portanto, o que justificaria investir numa história incapaz de envolver? Pois a montagem até faz um esforço para conferir dinamismo à cansativa dinâmica das entrevistas, porém, assim como o risível prólogo e as interferências que apresentam os “capítulos” da vida do inominado protagonista, tudo soa repetitivo e a produção, além de não perceber, ainda aparenta orgulhar-se de uma suposta sofisticação.
No final das contas, Bio só merecerá elogios por conseguir um Kikito com um orçamento tão limitado quanto suas qualidades.
NOTA 3,5
The Villainess (Coreia do Sul)
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Misturando Nikita, Hitman e o conterrâneo Old Boy, The Villainess é um filme de ação que não se deixa levar por devaneios, já iniciando a projeção com uma sequência em primeira pessoa que antecipa ao espectador o que está por vir.
Adotando um estilo que mantém a câmera sempre muito próxima dos atores, a ação ganha energia também através da montagem ágil e dos elaborados movimentos de câmera, que, cada vez mais arrojados, mantém o espectador colado na poltrona, com destaque para aquele sensacional onde passamos por dentro da roda de uma moto durante uma perseguição.
Já o roteiro surpreende ao apresentar uma trama manjada, mas com alguma dignidade, conferindo, por exemplo, doçura a uma subtrama romântica.
Sangrento e muitas vezes brutal, The Villainess é mais um orgulho do Cinema Sul-Coreano, deixando a desejar apenas ao surgir mais longo do que deveria, o que deixa exposta uma desagradável “barriga”.
NOTA 8