Festival do Rio 2017 | Dia 7
Seguindo a maratona cinéfila do Festival do Rio 2017, confira as críticas para os filmes deste sétimo dia da edição.
Lake Bodom (Estônia/Finlândia)
Produzido numa parceria entre Finlândia e Estônia, Lake Bodom tinha tudo pra ser um daqueles filmes de terror repleto de clichês e que busca resultados fáceis. Ele até flerta com o slasher clássico, brincando com estereótipos como o nerd de óculos ou a beldade problemática.
Felizmente, o diretor Taneli Mustonen estava apenas preparando o terreno para subvertê-las numa trama que, se não tem a mais original das ideias, ao menos oferece uma boa parcela de reviravoltas que são boas o bastante para manter o interesse do espectador.
Pecando ao tecer um comentário trôpego acerca do Chauvinismo, trata-se de um belo exercício de gênero com valores de produção elogiáveis, destacando-se a fotografia e o design de som.
NOTA 7
The Party (Reino Unido/Dinamarca)
Exercendo um domínio invejável do tempo em sua narrativa, Sally Potter atinge todo o potencial de seu talentoso elenco para entregar uma produção instigante e que, graças a um roteiro brilhante, jamais perde a atenção do público.
E o mais curioso é que embora discuta temas eruditos, seu humor afiado torna a atmosfera diabolicamente leve, o que resulta num dos filmes mais divertidos e imprevisíveis do festival.
Também graças a uma estrutura teatral que valoriza os diálogos, o espectador é forçado a pensar e lidar com cada conflito apresentado através de um frenético balé de tiradas.
Vale destacar também, além de suas boas surpresas, que, num mundo ideal, a atuação excepcional (e acidamente hilária) de Patricia Clarkson ganharia inúmeros prêmios.
NOTA 9
Thelma (Noruega)
Assumindo-se como uma moderna versão norueguesa de Carrie: A Estranha, Thelma divide vários elementos com sua inspiração.
Estão lá a religião, o medo do julgamento e, principalmente, uma jovem dominada por conflitos internos.
Empregando alegorias de forma precisa, o filme traz um elaborado discurso de suporte à juventude reprimida, e a presença forte da religião traz consigo todo um pano de fundo que só contribui para a conexão do mundo de Thelma com o real.
Diametralmente diferentes, os pais da jovem protagonista em nada lembram a figura fanática e monstruosa de Carrie, o que afasta esta produção de um caminho que seria mais fácil e previsivelmente decepcionante.
O ponto negativo fica por conta do ritmo extremamente lento, que a torna inevitavelmente cansativa.
NOTA 8
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