Espírito Jovem começa promissor e termina de forma convencional
Num ano em que já tivemos Jonah Hill estreando na direção, agora é a vez de Max Minghella ir para atrás das câmeras. Como diretor, Minghella emula com algum sucesso a linguagem dos videoclipes, construindo boas sequências com a ajuda da montagem. Também demonstra segurança, ainda que aqui e ali exagere nos planos fechados.
Já como roteirista, decepciona clamorosamente ao usar e abusar de clichês para amarrar as pontas de uma trama bem construída, mas nada original. Se no primeiro ato cria uma forte primeira impressão e estabelece com eficiência o universo da protagonista - com direito a uma sequência de abertura que constrói com economia e habilidade a personalidade da personagem -, no segundo impõe uma transição abrupta de tom e ritmo, abraçando convenções e abandonando o principal atrativo da primeira parte: o desenvolvimento de sua protagonista.
Vivida por Elle Fanning com resignação e uma notável presença de cena, surgindo segura e cantando com talento, ela é o centro da narrativa e carrega todo o primeiro ato com extrema facilidade.
Já no terço final, Espírito Jovem passa a depender de conflitos bobos e soluções previsíveis, que vão desde o batido recurso da “proposta indecente” até desentendimentos que obviamente serão revertidos. Além disso, as forçadas discussões entre a heroína e seu mentor soam tão artificiais quanto esquemáticas.
Com uma premissa instigante e uma estrela determinada a brilhar, faltou ao Minghella roteirista um cuidado melhor com o desenvolvimento de sua história, que alcança ótimos momentos até a entrada em cena do concurso que da nome à produção.
NOTA 6