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Foto do escritorGuilherme Cândido

Brooklyn conta história açucarada repleta de boas intenções

Desde que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu aumentar o número de indicados a melhor filme, quase todo ano surge ao menos uma produção britânica para ocupar uma das vagas. Foi assim com Educação e até o vencedor de 2011 O Discurso do Rei. Este ano não foi diferente, e Brooklyn acabou recebendo três indicações, uma delas a melhor filme.


Dirigido pelo limitado John Crowley, Brooklyn é a típica história edificante feita sob medida para seu elenco brilhar. Aqui, Saoirse Ronan (de Desejo e Reparação) vive Eilis, uma jovem irlandesa que na década de 50 decide se mudar para os Estados Unidos em busca de uma nova vida, com mais oportunidades. Uma vez em território norte-americano, acompanhamos toda a jornada da moça em busca da felicidade, incluindo seus percalços, suas paixões, perdas e etc.


Trata-se daquele tipo de filme açucarado que parece ter sido feito exclusivamente para agradar ao grande público. Difícil não simpatizar com a situação de Eilis, jovem determinada e sensível e que ainda conta com a vantagem de ser interpretada pela talentosa Saoirse Ronan que tem a oportunidade de oferecer a performance mais completa de sua carreira, agora consolidada.


Escrito por Nick Hornby (do igualmente açucarado Educação) o texto, bem escrito e polido, fica ainda mais atraente quando acompanhado do delicioso sotaque britânico do elenco, que por sinal é a melhor coisa do filme. Julie Walters (de Mamma Mia! e Harry Potter) acaba sendo o grande destaque de um elenco coeso e competente que ainda conta com o veterano Jim Broadbent (Moulin Rouge - Amor em Vermelho) e o excelente Domhall Gleeson (jovem promessa que está em todas).


O diretor John Crowley também não se compromete, certificando-se somente de permitir que os atores brilhem em cena, o que é ótimo já que o impede de cometer os equívocos de Circuito Fechado, seu filme anterior. O esmero da produção também se estende à parte técnica, principalmente os figurinos e o ótimo design de produção.


Em tempos de Katniss e Rey, é muito bom ver que as mulheres finalmente estão conquistando seu espaço em Hollywood e Brooklyn provavelmente será lembrado como mais um filme protagonizado por uma mulher forte e independente. Que essa tendência continue, pois diversidade é sempre atraente.


NOTA 7

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